Uma denúncia é feita à imprensa e ganha corpo com a exposição midiática. O Governo, imediatamente, dá demonstrações de apoio ao acusado, mas acaba deixando-o defender-se sozinho, com ou sem uma conivência do partido. Até que o quadro chega a um nível tal de estresse e insegurança que a remoção do ministro se torna a única maneira de retirar a crise do foco.
Mesmo com peculiaridades em cada caso, é esse o caminho geral que as últimas denúncias construíram até que conseguissem derrubar, um a um, seis titulares de ministérios da equipe recém-formada da presidente Dilma Rousseff (PT) em menos de um ano de gestão e colocou outro deles na zona de perigo, prestes a sofrer substituição. Reunidas, as derrocadas se concentraram em apenas cinco meses, recorde de mudanças na equipe ministerial.
Nas duas gestões do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) (2003-2010), por exemplo, foram nove quedas num extenso período de oito anos. Antes, ainda, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) (1995-2002), pelo mesmo período de Lula, caíram quatro titulares na Esplanada dos Ministérios. Que contextos político-administrativos cercam cada um desses períodos? Por que o número de ministros que se afogam em crises aumenta?
A troca de ministros tem efeitos na exequibilidade das ações das pastas e até na manutenção da estabilidade da base de apoio ao Governo. Passa pelo estímulo à consonância da opinião pública, até o jogo de informações com a imprensa.
Período de acomodações de primeiro ano de administração? Embora isso possa contar, as principais causas tocam outros pontos. É o que discutiremos nas próximas páginas.
(O POVO)
domingo, 27 de novembro de 2011
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