Móveis sem reforma há mais de 10 anos comprometem educação de crianças na zona rural de Tianguá
Condições estruturais dos chamados anexos das escolas da rede de ensino deste município, da Serra da Ibiapaba na região Norte do Estado, estão sendo denunciadas pelo Conselho Municipal de Educação (CME). Segundo relatório elaborado por comissão, que visitou as 61 escolas municipais, há problemas que vão deste banheiros sem porta e sem uso; salas de aula insalubres, sem ventilação ou iluminação; inexistência de quadras ou equipamentos esportivos; cadeiras entulhadas; banheiros alagados; e bibliotecas quando existem estão fechadas, com infiltrações.
Segundo o presidente da Comissão, José Ribamar Muniz Feitosa, mais conhecido por Zeca Feitosa, o resultado compilado em relatório já foi entregue à Prefeitura e ao secretário da Educação de Tianguá, Cosmo da Costa Lima. Os problemas, segundo ele, foram detectados em pelo menos cinco unidades da Educação Infantil. "A situação encontrada foi de estruturas precárias e banheiros totalmente impróprios para o uso, como é o caso dos banheiros da Escola de Ensino Fundamental de Santa Bárbara, onde as crianças vão para o mato fazer suas necessidades fisiológicas", denuncia o presidente. A escola mencionada por ele fica distante 15km da sede do Município. Estudam aproximadamente 40 crianças como idade entre 4 e 7 anos. O pátio da escola foi transformado em sala de aula e o quadro negro móvel fecha a passagem para os banheiros. "Aqui outro problema enfrentado por nós é a falta d´água. A água que temos aqui é trazida em uma D-20 a cada15 dias", disse a funcionária da escola, Lúcia de Sales Silva.
Ela conta que, desde quando a escola foi inaugurada, há quase 10 anos, nunca recebeu uma reforma e que as paredes apresentam rachaduras e o telhado está comprometido.
Na frente do prédio um poço artesiano chegou a ser perfurado, mas se tornou inútil. "O que a gente gostaria era que os responsáveis pela educação desse uma atenção melhor para esta escola", reclama a agricultora Idelzuite Francisca Sales, 54 anos, que mora em frente ao anexo educacional.
Na Escola Fernando Cândido Xavier, na localidade de Frecheiras, os problemas são bastante visíveis. O prédio não apresenta qualquer tipo de ventilação e, na hora do intervalo, as crianças brincam de bola num campo de futebol improvisado em frente à escola. "Tem gente que passa por aqui e pensa que isto é uma cadeia de tão fechado que é. Se falta energia, mesmo durante o dia, somos obrigados a suspender as aulas", conta a diretora do estabelecimento, Lúcia Maria Rodrigues Sá, acrescentando que mais de 50 alunos estudam nas salas de aula apertadas, sem janela, sem ventilador.
O secretário da Educação, Cosmo da Costa Lima, diz conhecer bem a realidade das escolas do Município e que tem procurado amenizar a situação, mas como muitos pais preferem ver o filho estudando perto de casa do que ser transportado para outra escola, se sente na obrigação de conviver com a situação. "Recuperar esses prédios é um pouco complicado pelo fato de pertencer à própria comunidade. Os imóveis foram cedidos para funcionarem como escola", disse Cosmo.
Ele informou ainda que o Município tem buscado recursos para a construção de novas escolas. "A Prefeitura adquiriu recentemente um terreno para a construção de uma escola modelo no Bairro do Côrrego, mas há falta de verba", disse.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário