O
Ministério da Educação lançará nas próximas semanas programa para
tentar melhorar o desempenho de alunos e professores em matemática,
física, química e biologia, tanto no ensino médio quanto no superior.
As quatro matérias são as que mais possuem problemas de qualidade, de acordo com o próprio governo federal.
Uma das ações será a oferta de
pós-graduação em universidades federais e privadas a professores que
lecionam as disciplinas nas escolas públicas de ensino médio.
O certificado garantirá aumento
salarial ao docente (progressão na carreira), mas só será concedido se
houver a comprovação de que seus estudantes melhoraram --exigência
inédita em programas federais de educação.
"Hoje, gasta-se muito com formação
dos professores, mas a melhoria não chega aos alunos", disse Mozart
Neves, que coordenará o programa do Ministério da Educação.
A forma de avaliar a evolução dos estudantes não está definida. O docente reprovado poderá refazer o curso.
O número de professores participantes do programa dependerá da adesão dos Estados, que são os responsáveis pelos docentes.
O país tem cerca de 250 mil docentes
de ensino médio em matemática, física, química e biologia, segundo os
últimos dados do governo. Mas boa parte não tem formação na área --em
física, são 90%.
OUTRAS FRENTES
"Temos um número insuficiente de
professores nessas áreas. E a procura pelas licenciaturas é
insuficiente", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Para
tentar reverter o quadro, o programa terá outras duas frentes.
Em uma delas, o governo tentará incentivar alunos do ensino médio a escolherem o magistério nessas áreas.
Para
isso, estudantes com interesse nessas matérias passarão a ter aulas de
reforço e ganharão ajuda mensal de R$ 150 (paga pela União).
Eles participarão também de
atividades nas universidades em grupos que reunirão docentes
universitários, alunos de licenciaturas e professores das escolas
básicas. A meta é recrutar 100 mil estudantes do ensino médio.
Em outra frente, os estudantes que
já estão nas licenciaturas poderão fazer aulas de reforço nos conteúdos
básicos, numa tentativa de diminuir a evasão nos cursos.
Ex-diretor da Unesco no Brasil
(braço da ONU para educação), Jorge Werthein diz que o programa é
interessante. Ele faz, porém, ressalva sobre a vinculação do certificado
de pós-graduação ao professor à melhoria dos alunos.
"Ainda não se encontrou uma boa forma de avaliar o trabalho do professor. Pode haver injustiças."
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário