Hoje é Dia de São João, o santo que não deixa a chama das festas se apagar, por meio da reinvenção constante da tradicional quadrilha junina.
Em épocas diferentes, a tradição é sempre enaltecida frente às novas formas de expressão da cultura. Em muitos casos, a sociedade não se dá conta de que a dimensão de algumas manifestações populares ultrapassa qualquer sentido “paralisante” que se lhe queira atribuir, ainda que seja preciso, em alguns casos, resgatar sua história como estratégia de preservação. Assim acontece com a tradicional festa junina que, desde sua chegada ao Brasil, passou por inúmeras transformações.
De toda forma, tendo consciência ou não da história, o certo é que a festa é uma das mais coloridas, saborosas e criativas de nossa cultura. Bolo de milho, fogueira, balão, bandeirolas e muitos outros símbolos compõem a lista dos ingredientes que remetem logo ao mês de junho. A religiosidade entra em cena como uma prova a mais da riqueza e convivência do paganismo e cristianismo, com a devoção a santos, como São João, ao mesmo tempo em que os rituais, as simpatias e as adivinhações se misturam à fé cristã, como se assim, unidos, tivessem nascido.
Entre tanta diversidade cultural, uma expressão, no entanto, destaca-se como atração e acaba por se tornar o centro de olhares na festa junina: a quadrilha. Segundo Lourdes Macena, coordenadora da especialização em cultura folclórica do IFCE e membro da Comissão Nacional do Folclore, a dança ganha espaço, juntamente com o forró, no território urbano, onde são convertidos em fonte de lucro. Apesar da constatação, enfatiza a resistência de grupos que “preferem retratar o que está na alma, revisitando momentos da vida, como faz o forró pé de serra, quando mostra o Sertão com a cara do Nordeste e o cheiro do bolo de milho”.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
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