O estado do Ceará passa pelo pior período de estiagem dos últimos 29 anos. A estiagem acarretou um prejuízo de milhões de reais, além da grande perda da produção de grãos, de leite e da criação de gados. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas devem cair somente em fevereiro de 2013.
Em 2012, as precipitações observadas no estado ficaram em 50,7% abaixo da média histórica, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme).
A média climatológica para o período é de 606,4 milímetros e choveu
299,2 milímetros. Em janeiro de 2012, a Funceme divulgou o prognóstico
da estação chuvosa em que havia grande probabilidade de chuva entre a
média e abaixo da média para todo o ano.
Para
o próximo ano, a Funceme informou que só vai divulgar a primeira
previsão oficial da quadra chuvosa no início de janeiro. “Ainda não
podemos dizer os números com precisão. O que podemos antecipar é que
dezembro será um mês de chuvas pouco significativas”, afirma a meteorologista Dayse de Morais.
Prognóstico de chuvas
Apesar da Funceme só divulgar o prognóstico em janeiro, um dos responsáveis pelas pesquisas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
Mozar de Araújo, antecipou que a previsão para o início das chuvas no
Ceará é no mês de fevereiro de 2013. “E mesma que seja no período de
chuva, corre o risco de não ser suficiente para resolver o problema. A
probabilidade é que chova menos que a média”, explicou.
A meteorologista do Inmet Danielle Barros Ferreira, afirmou que a estiagem permanecerá nos próximos três meses, a começar por dezembro. “[A previsão] continua indicando maior probabilidade de ocorrência de chuvas na categoria abaixo da faixa normal (40%) para grande parte da Região Nordeste, ou seja, maior probabilidade que a estiagem permaneça neste trimestre”.
Além
disso, Danielle Ferreira ressaltou que normalmente a quadra chuvosa do
Ceará inicia-se no mês de fevereiro e estende-se até maio, “porém não se
pode afirmar se realmente haverá chuvas mais regulares a partir de
fevereiro, pois estamos em um período em que a temperatura da superfície do mar (TSM) do Oceano Pacífico está neutra, não havendo uma caracterização de efeitos do El Niño (aquecimento do Oceano Pacífico – chuvas fracas no Ceará) ou La Niña (resfriamento do Oceano Pacífico – chuvas no Ceará)”, disse.
De
acordo com a meteorologista, esses efeitos dependem de outros aspectos,
como a temperatura no Oceano Atlântico próximo a costa do Nordeste.
“Por exemplo, uma TSM acima da média no Atlântico próximo à Região
Nordeste, tende a aumentar as chuvas desta região, pois mantém a Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o estado. Lembrando que este
sistema é o principal causador de chuvas na região. Portanto, tudo irá
depender do comportamento dos oceanos, bem como a formação e a
localização da ZCIT sobre a região”, informou.
Fonte: Jangadeiro Online
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