sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Aids aumenta 44,3% na Capital em dez anos

O cenário da Aids no Brasil se divide em dois momentos: enquanto na maior parte dos grandes centros houve uma redução de novos casos, nos municípios menores, a doença avançou 23,7%, de 1997 a 2007. Apesar do trabalho de conscientização e de repetidas campanhas, Fortaleza não acompanhou a tendência brasileira e registrou um aumento de 44,3% no mesmo período. Os números fazem parte de um relatório divulgado, ontem, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids.

O Boletim Epidemiológico 2009, do Ministério da Saúde, também traz os resultados. São, em média, 350 novos casos da doença, em Fortaleza, por ano.
A Capital cearense está entre os 15 municípios brasileiros com maiores aumentos. Ocupa a 14ª posição. Em último lugar, ficou Salvador, com índice de 41%. Ananindeua, no Pará, primeiro no ranking dos piores, marcou 380%. São Luís, no Maranhão, também tem muito a fazer contra o avanço da doença. Lá, foram 272,1% de aumento de novos casos.

No lado positivo dos municípios com maiores quedas nos índices, São Paulo dá exemplo, com redução de 45%. Outra capital que conseguiu redução foi Curitiba, contabilizando menos 34,4%. Ribeirão Preto (SP) também tem o que comemorar: é o primeiro na lista dos melhores, com queda de 72,5% nos casos.

Enquanto, no Rio de Janeiro, a taxa de incidência por 100 mil habitantes, em 2002, foi de 49,2 e, em 2007, caiu para 36,4; Fortaleza fez o caminho inverso. Em 2002, para cada 100 mil habitantes, havia 17,4 notificações da doença. Mas, em 2007, o número saltou para 22,3.

O Ceará acompanha a tendência da sua Capital. Em 2002, essa taxa era de 8,5 e, há dois anos, subiu para 11,3. Os dados colocam o Estado na 18ª posição no ranking brasileiro. É o segundo no Nordeste. Fortaleza está na 16ª colocação, sendo a quarta Capital nordestina em taxa de incidência, segundo o boletim epidemiológico.

A coordenadora de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Renata Monte, não contesta os números, mas ressalta que o aumento se deveu ao trabalho realizado no sentido de estimular o diagnóstico precoce da infecção por HIV, como a implantação de quatro serviços ambulatoriais habilitados e a ampliação da rede de testes rápidos. "A subnotificação de casos é um problema em todo o Brasil. Mas, com esse trabalho, estamos conseguindo registrar os casos e, por consequência, acompanhá-los de forma bastante adequada. Quanto antes isso acontece, melhor para o paciente".

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