29 DE JUNHO DE 2014 ÀS 13:32
Mariana
Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Quase 90% dos professores brasileiros
acreditam que a profissão não é valorizada na sociedade. Mesmo assim, a maioria
está satisfeita com o emprego. O resultado foi apresentado semana passada pela
Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que ouviu 100 mil professores e
diretores escolares em 34 países.
De acordo com o levantamento, somente
12,6% dos professores brasileiros consideram-se valorizados. A proporção está
abaixo da média internacional, de 30,9%. No entanto, 87% dos professores
brasileiros consideram-se realizados no emprego, próximo da média global de
91,1%.
Apesar de não se sentirem
valorizados, os professores brasileiros estão entre os que mais trabalham, com
25 horas de ensino por semana, seis horas a mais do que a média internacional.
Em relação ao tempo em sala de aula, os professores brasileiros ficam atrás
apenas da província de Alberta, no Canadá, com 26,4 horas trabalhadas por
semana, e do Chile, com 26,7 horas.
Mesmo trabalhando mais que a média,
os professores brasileiros gastam mais tempo para manter a ordem em sala de
aula. Segundo o levantamento, 20% do tempo em sala é usado para controlar o
comportamento dos alunos, contra 13% na média internacional.
Todos
os entrevistados na pesquisa dão aula para a faixa etária de 11 a 16 anos. A
publicação também mostra que nos países em que os professores se sentem
valorizados, os resultados noPrograma Internacional de Avaliação de
Alunos (Pisa) tendem a ser melhores.
Quanto à formação, mais de 90% dos
professores brasileiros dos anos finais do ensino fundamental concluíram o
ensino superior, mas cerca de 25% não fizeram curso de formação de professores.
Segundo a falta de especialização reflete-se no ensino. Professores com
conhecimento de pedagogia e de práticas das disciplinas que lecionam relataram
se sentir mais preparados do que aqueles cuja educação formal não continha
esses elementos.
Segundo o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os dados serão
incorporados aos dados do Censo Escolar e das avaliações nacionais, para que se
possam criar descrições ainda mais detalhadas da situação educacional
brasileira.
FONTE: BRASIL 247
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