quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CEARA É O TERCEIRO ESTADO COM MAIOR INDICE DE POBREZA EXTREMA


O Ceará possui 1,5 milhão de pessoas vivendo na mais extrema pobreza, o que significa que de cada cinco pessoas, uma encontra-se na miséria no Estado. O município cearense com o maior número de pessoas nessa situação é Granja, com 48% de sua população de 50 mil habitantes vivendo na extrema pobreza.

O Ceará só fica atrás da Bahia que possui 2,4 milhões de pessoas vivendo na miséria e do Maranhão, com 1,7 milhão de habitantes na extrema pobreza.

Os dados foram divulgados ontem durante a apresentação do relatório “Elementos para um Plano de Erradicação da Miséria no Ceará”, produzido pelo Laboratório de Estudos da Pobreza (Lep) do curso de pós-graduação em Economia do CAEN.

No Ceará, a população alvo da pesquisa ganha em média R$ 70/per capita, ou seja, vive com R$ 2 por dia. Carlos manso, coordenador de pesquisa do Lep e um dos autores do trabalho, explica que o relatório, o 11º produzido pelo laboratório, é um plano complementar ao Plano Brasil sem Miséria, do Governo Federal, lançado em junho. “O objetivo desse plano é erradicar a miséria no País até 2014 mas, curiosamente, os três estados com os piores indicadores ainda não lançaram seus planos”, afirma.

Somente pobres

A extrema pobreza atinge 18% da população cearense e representa 9,24% de todos os indivíduos nesta situação no País. Segundo Manso, seriam necessários R$ 300 milhões por ano para que o Estado elevasse esse contingente da situação de miséria para a de somente pobres.

Este contingente de miseráveis (18%) iguala o Ceará a países como Indonésia (que tem 18,10% de sua população em extrema pobreza), Costa do Marfim (16,10%), Papúa Nova Guiné (16,10%) e Timor Leste (18,10%) - dados

de 2008.

“Isso limita nosso mercado interno, pois são pessoas fora do mercado consumidor e produtor”. Carlos Manso não acredita que o Brasil conseguirá erradicar a miséria até 2014. “O prazo é muito curto. Estados como Santa Catarina, que possui 5% de sua população na extrema pobreza, talvez consiga, ms não os do Norte e Nordeste. Mas podemos reduzir este índice. É algo que não se faz em uma única administração. Deve ser um compromisso assumido pelos próximos governantes”, diz.

Estruturantes

Como o Ceará pode enfrentar este desafio? Segundo os autores da pesquisa, com projetos estruturantes e infraestrutura social, especialmente educação, saúde, crédito produtivo, e um plano de erradicação da miséria. “Os projetos estruturantes sozinhos não são capazes de reverter o quadro sócio-econômico. Quem está na extrema pobreza vai se beneficiar só das migalhas que cairão de cima. Baixa educação, gera baixa renda que gera pobreza”, finaliza.

Fonte: Blog Coreaú Online

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