quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Deputada diz que governo pratica “assédio moral”

A declaração da secretária estadual da Educação, Izolda Cela, de que está avaliando a possibilidade de “substituição imediata” dos professores que não comparecerem às aulas a partir de segunda-feira (28), foi motivo de críticas ontem na Assembleia Legislativa. Os deputados Capitão Wagner (PR) e Eliane Novais (PSB) consideraram que a declaração configura caso de abuso de autoridade e de assédio moral. Para o deputado Augustinho Moreira (PV) as “ameaças” demonstram que “a secretária não está preparada para o cargo”.

Na terça-feira (22), Izolda Cela disse ao O POVO que o Governo chegou ao “limite do que é sustentável para o Estado” e que não há previsão para novas rodadas de negociação com os professores, “porque já tivemos o suficiente tempo de negociação.” Amanhã, o Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc) realizará uma nova assembleia geral da categoria para decidir o retorno ou não à greve.

Da tribuna, Eliane Novais disse que o governo está pressionando a categoria e tenta cercear o diálogo com os docentes. “A secretária parece inflexível”, disse. Já o deputado Antônio Carlos (PT), líder do governador Cid Gomes (PSB) na casa, disse que o governo dialogou e continua dialogando, e defendeu os avanços da proposta apresentada pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc). “Foram reuniões praticamente diárias para a construção desse projeto. Com o conselho do Fundeb, com o Ministério Público, e sindicato Apeoc. É uma injustiça dizer que não esta havendo diálogo”. Sobre a declaração de Izolda Cela, Antônio Carlos minimizou. “A secretaria se pronunciou sobre uma hipótese, caso venha acontecer (de a greve voltar)”.

Pela Apeoc

O presidente do sindicato Apeoc, Anízio Melo, disse que não quer que as reivindicações dos professores sejam usadas politicamente por opositores do governo. “O sindicato está fazendo o debate com a categoria. Queremos fugir do debate eleitoral de 2012”, disse. Apesar de ver as declarações da secretária como uma forma de pressionar os professores, por ter colocado questões jurídicas e sanções administrativas antes da assembleia geral dos professores, Anízio Melo diz que o sindicato não considera “a intervenção do governo no processo de decisão autônoma da categoria”.

O presidente do sindicato espera que, diferente do que ocorreu na última assembleia geral, a de sexta-feira (25) seja tranquila. “Queremos contar com o apoio da opinião pública, dos estudantes e dos pais de alunos. A nossa discussão é para encontrar a melhor estratégia para garantir os avanços de alguns pontos, como resolver as pendências que ainda ficaram”.

(O POVO)

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