quarta-feira, 10 de junho de 2009

Corpos chegam hoje a Recife para identificação

Sobe para 41 o número de corpos de passageiros do Airbus 330 resgatados no Oceano Atlântico, informou, no início da noite de ontem, o comando da Marinha e da Aeronáutica.
Os primeiros 16 corpos encontrados no fim de semana chegaram, ontem, a Fernando de Noronha em dois helicópteros da Força Aérea Brasileira, onde os peritos fizeram uma análise inicial das vítimas. De lá, eles serão transportados, hoje, por uma aeronave Hércules C-130 para a Base Aérea de Recife, com previsão de chegada no período da tarde.

Em Recife, começa o trabalho de identificação das vítimas no Instituto de Medicina Legal (IML). Já os outros 25 corpos estão embarcados na Fragata Bosisio.

Segundo a Marinha e a Aeronáutica, uma área de instabilidade que atinge a região de Fernando de Noronha atrasou, nesta terça-feira o transporte de corpos do oceano.

O tenente-brigadeiro Ramon Cardoso informou que os destroços encontrados por navios franceses não precisam ser repassados aos militares brasileiros. O Escritório francês de Investigação e Análise (BEA), responsável pelas averiguações sobre a tragédia, vai receber e cuidar de todos os destroços.

Porém, no caso de vítimas, os navios franceses que encontrarem corpos vão enviá-los para perícia no Recife. De acordo com Cardoso, todos os corpos que foram avistados já foram recolhidos.

Hoje, segundo Cardoso, as buscas entrarão na área de Dakar, porque as correntes podem ter levado corpos para aquela região. ´Mas todas as áreas em que estamos fazendo as buscas estão dentro do planejado´, afirmou Cardoso.

Vítimas

A Interpol (polícia internacional) vai ajudar a coordenar a identificação dos corpos das vítimas do vôo 447, anunciou ontem a organização policial em um comunicado recebido em Paris.

´Como as vítimas desta tragédia são originárias de diversas partes do mundo, a colaboração internacional será essencial para garantir que sua recuperação e sua identificação sejam feitas de forma confiável, digna e rápida´, afirmou o secretário geral da Interpol, Ronald Noble.

O Airbus da Air France decolou por volta das 19h do dia 31 de maio do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio, com destino a Paris, e fez o último contato com o controle aéreo brasileiro por volta das 22h30 do mesmo dia. A aeronave caiu no Atlântico com 228 pessoas a bordo - 12 tripulantes e 216 passageiros, entre eles 58 brasileiros.

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião da Air France sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o vôo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

As primeiras suspeitas sobre o acidente recaem sobre os sensores de velocidade e a força do vento. Aparentemente, os sensores falharam nos minutos imediatamente anteriores ao acidente, segundo 24 alertas automáticos enviados pelo avião.

AIR FRANCE
Sensores de velocidade serão substituídos


Paris. A Air France atendeu à solicitação do Sindicato dos Pilotos da companhia aérea e se comprometeu a trocar os sensores de controle de velocidade de sua frota de Airbus A330 e A340.

“A direção da Air France chamou os pilotos para informar sobre a substituição das sondas, e apresentou-nos um calendário”, disse o porta-voz do sindicato, Erick Derivery. Ele não informou, no entanto, em quanto tempo os equipamentos da frota seriam trocados.

O Sindicato dos Pilotos havia pedido, nesta segunda-feira, (8), a seus associados que não voassem enquanto a companhia não mudasse os sensores de velocidade das aeronaves. Um suposto defeito no dispositivo está entre as hipóteses que podem ter provocado a tragédia da semana passada, com a aeronave do vôo 447.

O líder sindical lembrou que o Escritório francês de Investigação e Análise (BEA), responsável pelas averiguações sobre a tragédia, apontou os sensores como uma das possíveis causas do acidente. Segundo o BEA, esses sensores enviaram informações contraditórias sobre a velocidade do vôo AF447, que caiu no Atlântico.

A incoerência desses dados fez com que alguns sistemas eletrônicos do avião deixassem de funcionar, segundo o BEA. No entanto, os responsáveis pela investigação afirmaram que ainda é cedo para se saber as causas do acidente.

A Air France, por sua vez, assegurou que acelerou o programa de substituição dos sensores, iniciado em 27 de abril passado, após os incidentes registrados em vários de seus aparelhos. A companhia aérea francesa mudou esses sensores em sua frota A320, a primeira em que foi registrado algum tipo de problema, e não iniciou a substituição nos A330 e A340 até que a Airbus propusesse um modelo compatível.

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