segunda-feira, 25 de abril de 2011
E A REFORMA POLÍTICA...
A proposta de reforma aprovada na comissão especial do Senado é uma revolução no sistema político e na relação do eleitor com o voto. Há coisas boas, outras nem tanto. Algumas contraditórias, quase todas irremediavelmente polêmicas. A mudança mais drástica é o chamado voto em lista. Acaba aquela história de “meu deputado” ou “meu vereador”. O eleitor passaria a ter o “meu partido”. Não muda apenas para o eleitor. É uma transformação a partir daqueles que estão na linha de frente de qualquer campanha: as centenas de candidatos a cargos nos legislativos. A compra de voto, por exemplo, sofrerá alterações drásticas.
Faz 10 anos que o mesmo Senado aprovou uma reforma política. O relator era o cearense Sérgio Machado. Quase tudo do que foi votado no começo do mês já estava na proposta de uma década atrás. Mas o projeto adormeceu na Câmara, para não mais acordar. Desta vez, ainda resta um longo caminho a percorrer no próprio Senado. E há previsão de referendo para ouvir a população sobre as mudanças mais radicais. Bem vinda medida já que se quer mexer tanto com o direito do eleitor. De todo modo, com o longo percurso a se percorrer, é significativa a chance de a reforma política acabar, novamente, desidratada, reduzida a um ou outro ponto mais insípido.
(Coluna de Fábio Campos)
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