Governo do Ceará na contramão da democracia

Pasmem, mas o Ceará parece não fazer parte da atual quadra da história do Brasil e do mundo! O governador que atualmente gerencia nosso Estado até parece um senhor feudal, contesta sem razão lei federal, contraria decisões da mais alta corte do país, trata o funcionalismo público como serviçais de seu palácio, se recusa dialogar com a sociedade, enfim, parece ter esquecido que por duas vezes fora posto no mais alto cargo público de nosso Estado através do voto popular.
Todavia, a intransigência e autoritarismo são qualidades inerentes a todos os déspotas. E se tratando de despotismo, o sobrenome “’Ferreira Gomes” soa nos ouvidos de nós cearenses como soava os Romanos na boca dos russos no inicio do século XIX. Mas como bem nos disse Karl Marx, o filósofo do materialismo dialético: “Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas.” É a partir dessa brilhante reflexão de Marx que os professores da rede estadual de ensino público do Ceará confrontam a tirania do senhor Cid Gomes, certos que a primavera dos povos chegou, e por onde ela passou, mundo árabe, norte da África, já derrubou tiranos cruéis e continuará varrendo os quatro cantos do nosso planeta, sem fronteiras, embalada pelo desejo de liberdade e participação política.
Nossa greve representa muito mais que uma simples luta de uma categoria profissional isolada, ela poderá ser o estopim de uma intifada do povo cearense contra a oligarquia que objetiva transformar o Ceará em um curral, pois destruindo a educação pública no nosso Estado, como assim pretende o governador, o que restará? Precisamos urgentemente frear os planos do nosso “Muammar Cid Gadaf Ferreira Gomes”. Assim como o ditador líbio, o governador cearense é excêntrico e autoritário.
Para finalizar, senhor “Muammar Cid Gadaf Ferreira Gomes”, o povo cearense está precisando é de salários melhores, de saúde, educação, moradia e acima de tudo respeito. Aquários, estádios de futebol e prédios públicos faraônicos não condizem com um Estado pobre onde seus governantes pagam esmolas a seus professores.
E vamos à luta!

Raimundo Marcos Furtado Ximenes,
Professor de Reriutaba.