quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sacola plástica vira vilã do consumidor


Na mira do discurso da sustentabilidade, produção de sacolas plásticas está em queda livre. Inciativas de redução do uso partem de iniciativa privada e educação ambiental.

Campanhas em favor do uso de materiais sustentáveis e abolição das sacolas acarretaram em crise na indústria de sacolas flexíveis. O item sofreu quedas substanciais na produção nos últimos quatro anos. Em 2007 foram produzidas no Brasil 17,9 bilhões de unidades de sacolas plásticas; em 2008, a cifra caiu para 16,4 bilhões, uma queda de 8,4%. Um ano depois a produção foi de 15 bilhões. Já em 2010, segundo estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a queda foi de 20%.

Com previsão de mais redução na produção, o setor acelera o processo de adaptação às sacolas “ecologicamente corretas”. Atualmente, 18% das embalagens flexíveis produzidas no Brasil são consideradas ecológicas, de acordo a Res Brasil, representante da marca de aditivos dw2 para fabricação de componentes de baixo impacto ambiental. “A diferenças dessas sacolas é que elas são aditivadas, se degeneram em três meses, enquanto uma sacola comum leva séculos”, explica Eduardo Góis, da Res Brasil.

O presidente do Sindiembalagens, Hélio Perdigão, ressalta que a crise é específica da sacola, mas a indústria de artefato plástico, de modo geral, segue em crescimento. “O mundo depende do plástico. O que precisa ter é um incentivo à reciclagem, que deixa o planeta mais limpo”.

Hélio Perdigão também aponta a necessidade de mais incentivo do poder público às empresas que trabalham com produtos reciclados. No ano passado, o Governo do Estado anunciou um pacote de incentivo às empresas recicladoras, mas não há lei regulamentada sobre o assunto no Ceará.

Ígor Ferreira, proprietário da BG Embalagens, diz ter percebido mudança no comportamento de seus clientes. “Faz uns cinco anos, eu não sabia o que era ecobag, nem meus clientes. Hoje todo mundo procura”, diz o comerciante. Há três anos nas prateleiras da BG Embalagens, as ecobags (redução de ecologic bag – sacola ecológica, em inglês) representam cerca de 15% do faturamento da loja.

“A ecobag ainda tem a desvantagem de ser muito cara. Em alguns casos uma unidade é o mesmo preço do milheiro de sacola (plástica) comum”, aponta Ferreira. O modelo de sacola ecológica mais barato que ele vende custa R$ 2,49. “Mas você só precisa comprar uma e acabou”, destaca.

O presidente do Sindiembalagens, Hélio Perdigão, recomenda a substituição gradativa das sacolas plásticas - 90% delas acabam no lixo ou nas ruas - por embalagens de papelão. “É mais fácil de reciclar, polui menos e uma sacola de papelão substitui três de plástico”, conclui.



O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

No Brasil, 18% das sacolas fabricadas em 2010 são consideradas ecológicas. Essa meta era esperada para 2014, o que mostra que a indústria está apressada em se adaptar à educação ambiental dos consumidores.



USO DE SACOLAS NO MUNDO

Alguns países têm leis que restringi o item

Itália proibiu este ano o uso das sacolas.

Holanda só fornece sacola plástica paga

Irlanda cobra 15 centavos de euro por sacola plástica.

Na China é proibida a sacola plástica gratuita.

Nos EUA as sacolas de papelão são mais comuns no País. Mas ainda há consumo de sacolas plásticas. A primeira cidade americana a banir o uso do material foi São Francisco, em 2007.

No Brasil, em Espírito Santo e Belo Horizonte vigoram leis que proíbem o uso de sacolas plásticas.

Fonte: Jornal O Povo.

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