O ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB) está mesmo fora do primeiro escalão do governo de Dilma Rousseff. Talvez por já ter certeza disso Ciro sumiu do Congresso, se ausentou das negociações da reforma ministerial e, na semana passada, viajou para Europa. Até a possibilidade de voltar ao Ministério da Integração Nacional, que dirigiu na primeira gestão do presidente Lula, lhe foi negada.
A exclusão de Ciro do futuro governo pode ser mais uma decepção para o ex-ministro, que trocou o domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo, a pedido Lula, quando cotado para disputar o governo no Estado. Também por imposição do Palácio do Planalto Ciro foi forçado a abrir mão da candidatura presidencial. E não bastasse o sacrifício, o aliado assumiu um cargo de coordenação na campanha presidencial petista. Ao final, o Ceará deu à Dilma a maior vitória proporcional no Nordeste.
Foi por tudo isto, e contando com o apoio de setores importantes do PSB, que Ciro sonhou alto. Seu maior desejo era chegar ao comando do Ministério da Fazenda, economista que é. Um de seus correligionários conta que ele só aceitaria um cargo no governo Dilma se fosse 'alguma coisa grande, de repercussão'.
O cearense chegou a ser cogitado para assumir o Ministério da Saúde, que o PMDB estava disposto a ceder a qualquer aliado. É bem verdade que não houve movimentação do presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, neste sentido. Mas os socialistas dizem que caberia a Lula a iniciativa, o que não ocorreu.
Ciro aguardou um gesto do presidente Lula e de sua sucessora, mas como nada foi sinalizado, a melhor saída era mesmo embarcar para a Europa.
Apesar do silêncio do governo, um dirigente do PSB revela que existe um 'prêmio de consolação' - que também não está garantido - na pauta de negociações. Se o PSB mantiver em sua cota a Secretaria de Portos, que o PMDB quer tomar e entregar ao senador Garibaldi Alves Filho (RN), a presidente Dilma pode oferecer ao governador do Ceará Cid Gomes, irmão de Ciro, a primazia da indicação do novo secretário.
Fonte: Estadão.
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